
O Brasil é, segundo o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, um "exemplo" de que não se deve temer a mudança no Oriente Médio, onde os cidadãos, desde a Líbia até o Bahrein, reivindicam reformas profundas e o fim de regimes autoritários. Em discurso ao povo brasileiro, ontem no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Obama ressaltou que quando se acende a luz da liberdade, o mundo se transforma em um lugar mais brilhante. "Este é o exemplo do Brasil", indicou ele, em um palco decorado com bandeiras de Brasil e EUA.
Segundo ele, o Brasil é um país que mostrou que uma ditadura pode se transformar em uma democracia pujante. Disse ainda que o país que hoje é a sétima economia do mundo, "evidencia como o apelo em favor da mudança que começa nas ruas pode mudar uma cidade, um país e o mundo". Obama começou sua visita ao Rio pela Cidade de Deus e ainda ontem à noite, junto com sua família – a esposa Michelle e as filhas Malia e Sasha – visitaram o Cristo Redentor, antes de prosseguir sua viagem hoje para o Chile. (EFE/AE)
Países como "parceiros igualitários"
Como conteúdo a relação entre Estados Unidos e Brasil, o discurso do presidente norte-americano expressou sua intenção de que os dois países sejam "parceiros igualitários". "Nem sempre estivemos de acordo. E como com muitos outros países, no futuro teremos diferenças de opinião, mas quero lhes dizer que o povo dos Estados Unidos não só reconhece o êxito do Brasil. Apostamos nele", declarou.
Obama não se limitou a abordar os laços bilaterais e lançou um apelo ao Brasil para apoiar, junto com os EUA, os direitos humanos no mundo todo. "Não são ideias americanas ou ideias brasileiras. Não são ideias ocidentais, são valores universais e devemos apoiá-los em toda parte", afirmou.
Atualização sobre os ataques à Líbia
O presidente de EUA, Barack Obama, recebeu uma atualização sobre o desenvolvimento da operação Odisseia do Amanhecer e as consultas diplomáticas sobre a situação na Líbia, informou a Casa Branca em comunicado. Segundo o governo americano, Obama participou no Rio de Janeiro, a segunda cidade que visita em sua viagem pela América Latina, de uma conferência telefônica por linha segura com seu conselheiro de Segurança Nacional, Tom Donilon; a secretária de Estado, Hillary Clinton; o secretário de Defesa, Bob Gates, e o chefe do comando americano para a África, general Carter Ham, entre outros.
Na conversa, Obama recebeu uma atualização sobre o desenvolvimento das operações na Líbia por parte de Ham, que coordena a primeira fase do ataque. O presidente também abordou "as consultas militares e diplomáticas que ocorrem sobre a situação na Líbia".
Flamengo - Obama recebeu de presente uma camisa do Flamengo. A camisa foi entregue pela presidente Patrícia Amorim quando ele se preparava para entrar no helicóptero Marine One.
De olho - O discurso do presidente dos EUA pôde ser acompanhado pela tevê. Obama prometeu que voltará ao Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos de 2016.
Protestos - Organizações realizaram protesto pacífico, em frente ao teatro. Os manifestantes gritaram palavras contra o "imperialismo" dos EUA e o "intervencionismo" do país em Cuba, Brasil, América Latina, Líbia e Oriente Médio.
Cidade de Deus - Com apresentações de samba e capoeira e um bate-bola, a favela Cidade de Deus recebeu o presidente Obama, que estava acompanhado de sua esposa, Michelle, e de suas duas filhas, Malia e Sasha. O presidente chegou de helicóptero à favela que ficou famosa no filme de mesmo nome de Fernando Meirelles, indicado a quatro Oscars.
Foto: Agência Brasil
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