quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Acordo garante continuidade de programa que recolhe embalagens de agrotóxicos



Uma parceria vai garantir a continuidade do Programa de Recolhimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos que, ano passado, recebeu 12 milhões de recipientes – o equivalente a mais de 5 mil toneladas de plástico.

Para isso, foi assinado nesta terça-feira (6) um convênio entre a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, o Instituto das Águas do Paraná (AguasParaná), o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O secretário Jonel Iurk disse que o programa é um modelo para o País. O projeto opera a partir de um sistema que compreende cinco fases: treinamento dos funcionários envolvidos no processo, atividades de educação ambiental para conscientizar os agricultores, controle das embalagens devolvidas, fiscalização dos produtores rurais quanto à devolução dos recipientes e pesquisas com os dados do programa.

Desse modo, o Estado diminui o descarte incorreto dos frascos de agrotóxicos e o risco de dano ambiental e à saúde pública. “Asseguramos o recolhimento e destinação adequada de 98% das embalagens, obtendo um dos melhores resultados a nível nacional. Isso contribui para a preservação das águas, dos solos e melhoria da qualidade de vida da população”, afirma o presidente do AguasParaná, Márcio Nunes.

Atualmente, o Paraná conta com 75 pontos de recebimento, com destaque para as centrais do Oeste, que processam o maior volume de materiais.

De acordo com o presidente do Inpev, João Cesar Rando, as embalagens são recolhidas pelo sistema de logística reversa. “Temos 17 associações de revendedores de agrotóxicos cadastradas e responsáveis por transportar o material devolvido para os locais de destinação adequada”, explica. No Paraná, estima-se que 280 mil agricultores utilizem agrotóxicos em suas plantações.

Pelo acordo, a UFPR ficará responsável por capacitar os professores e alunos envolvidos no programa. Até agora 6 mil pessoas já receberam o treinamento.

O reitor da universidade, Zaki Akel Júnior, salientou a importância do trabalho em conjunto entre estado, sociedade e instituições educacionais. “O governo Beto Richa tem se mostrado muito aberto ao diálogo e à cooperação. A UFPR está à disposição do Estado para atuar em equipe”, disse.

O chefe do Departamento de Resíduos Sólidos Rurais do AguasParaná, Rui Leão Mueller, disse que a eficiência do processo depende da participação dos produtores rurais.

“O agricultor tem um papel fundamental. Ele deve fazer a tríplice lavagem dos frascos, perfurar o fundo para evitar sua reutilização, acondicioná-lo de modo correto e devolvê-lo no ponto de venda dentro da data estabelecida”, esclarece.

Após a assinatura do termo, o AguasParaná entregou aos representantes das instituições que participaram da solenidade um relatório com os dados levantados pelo programa até agora. Segundo Mueller, além de oferecer um panorama do projeto, o documento também pode auxiliar a detectar problemas quanto ao recebimento dos recipientes vazios.

As embalagens devolvidas são recicladas e reaproveitadas para a fabricação de materiais como tubos para canalização de esgoto, eletrodutos (conduites) para construção, bombonas plásticas para incineração, entre outros.

O acordo vem ao encontro das diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que prevê que estados e municípios façam a destinação correta do lixo.

Também estiveram presentes na assinatura do convênio o secretário da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara; o coordenador estadual de Recursos Hídricos, Eduardo Gobbi; o diretor de Ciências Agrárias da UFPR, Eduardo Teixeira da Silva; o diretor-geral do AguasParaná, Everton Souza; e a diretora-financeira do AguasParaná, Marilda Zarpelon Keller, e um representantes da Funpar (Fundação da Universidade Federal do Paraná).

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