O governador em exercício Flávio Arns e secretários de Estado
apresentaram nesta segunda-feira (25/06) a integrantes da Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência Contra a Mulher um
relato das medidas que o governo do Paraná vem adotando para ampliar a
proteção às mulheres e reduzir os casos de violência. Foram listadas
ações nas áreas de segurança pública, justiça e saúde, como a instalação
da Defensoria Pública, criação de delegacias da mulher e formação de
uma rede de proteção à mulher.
Parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado foram recebidos no
Palácio Iguaçu. A CPMI investiga a aplicação nos estados das leis que
protegem as mulheres, como a Lei Maria da Penha (11.230/2006). “Nossa
determinação é combater todo tipo de violência. No caso da violência
contra a mulher, o governo assumiu esse compromisso com diversas medidas
preventivas e punitivas”, afirmou Arns.
Para o governador em exercício, para reduzir das taxas de violência é
necessário que governo e sociedade trabalhem em conjunto. “Precisamos
resgatar a dignidade das mulheres e oferecer suporte para que tenham
mais oportunidades”, disse ele.
A CPMI fará visitas aos dez estados com maior número de casos de
violência contra a mulher. Em Curitiba, além da audiência com o
governador em exercício, a comissão realiza nesta tarde audiência
pública na Assembleia Legislativa para analisar as condições de
atendimento à mulher em situação de risco no Paraná. Técnicos das
secretarias da Segurança Pública, Saúde, Justiça e Família e
Desenvolvimento Social entregam relatórios aos parlamentares.
“É um grande desafio para os governos federal, estaduais e municipais
avançar na proteção, prevenção e punição. Precisamos melhorar muito no
Paraná, mas estamos caminhando e medidas importantes estão sendo
tomadas”, afirmou presidente da Comissão, deputada federal Jô Moraes.
Jô Moraes disse que a lei Maria da Penha mudou a forma de ver a
violência contra a mulher, impondo mais rigor ao agressor e criando
mecanismos de proteção. Entre os pontos fortes está a adoção de medidas
protetivas de urgência, obrigando o agressor a manter distância da
mulher.
DADOS – De acordo com o Mapa da Violência elaborado pelo Instituto
Sangari e divulgado ano passado, em parceria com o Ministério da
Justiça, o Paraná é o terceiro estado em homicídios femininos, com taxa
de 6,3 mulheres mortas para cada 100 mil habitantes. Flavio Arns disse
que o governo estadual trabalha para reduzir esses números.
O Brasil está em sétimo lugar na relação de países com maior número de
homicídios de mulheres. Conforme o Mapa da Violência, nos últimos 30
anos, 91 mil mulheres foram assassinadas, 43 mil na última década.
Desses crimes, 68,8% foram cometidos dentro de casa, pelos cônjuges.
JUSTIÇA – A secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria
Tereza Uille Gomes, entregou à comissão um documento com as principais
ações da sua pasta. “Temos muito a avançar ainda no Paraná,
principalmente no fortalecimento dos conselhos, mas já adotamos medidas
importantes que contribuirão para resgatar a dignidade das mulheres
paranaenses.”, disse ela.
Entre os avanços destacados estão a criação de uma vara de execuções
penais especializada no atendimento à mulher, a ampliação do atendimento
jurídico com a criação da Defensoria Pública, a retirada prioritária
das mulheres encarceradas irregularmente em delegacias e a capacitação
profissional.
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