quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Professor da Unicentro apresenta projeto “lixo eletrônico em Santa Catarina e Rio Grande do Sul”





O professor da Unicentro Dejair Priebe Ferreira da Silva, formado em Licenciatura Plena em Informática,  Licenciatura Plena em Eletrônica - UERGS Caxias do Sul,  Curso Superior em SISTEMAS DE INFORMAÇÃO -  Faculdade TecBrasil, Curso Técnico em ELETRÔNICA -  Escola Técnica Federal de Pelotas, lança projeto inédito  de extensão “Gerenciamento do Lixo Eletrônico.

  
Preocupado com o volume de lixo eletrônico produzido no Brasil e no mundo, que cresce exponencialmente devido ao rápido avanço tecnológico e à prática consumista imposta pela sociedade, surgiu à necessidade de criar um projeto que viesse de encontro a essa necessidade e principalmente para tentar minimizar o problema ambiental gerado por tal tipo de lixo.


O projeto de extensão “Gerenciamento do Lixo Eletrônico e uma solução tecnológica e social para um problema ambiental” da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), que está desde 2011 estudando o problema do lixo eletrônico no contexto da cidade de Guarapuava, PR e buscando soluções para tal questão. Uma das iniciativas é a oferta de uma oficina de artesanato utilizando componentes do lixo eletrônico que não possuem mais utilidade como tecnologia.
“A oficina pode ser oferecida para crianças, adolescentes e adultos que além de serem conscientizados sobre o problema do lixo eletrônico terão a oportunidade de colocar em prática a sua criatividade e conhecer uma possível fonte de renda com a produção de diversas
Peças como chaveiros, brincos, anéis, peças decorativas e outras. Explica Dejair.  “A outra iniciativa é uma oficina para orientar os participantes sobre o que é lixo eletrônico e seus efeitos maléficos ao meio ambiente, o crescente interesse de saber o que fazer com ele e o valor financeiro destes componentes. O que reaproveitar do Lixo eletrônico e como fazer este reaproveitamento, mostrando os principais componentes eletrônicos e suas funções básicas. Mostrar as técnicas de desmontagem e dessoldagem das placas eletrônicas e da discussão sobre onde e
como aplicar os componentes retirados e testados. Explicar como e onde eles podem ser utilizados em novos produtos. Desenvolver com os participantes, projetos e produtos baseados em idéias dos próprios integrantes deste curso e com
embasamento técnico suficiente para tornar este produto rentável aos seus “desenvolvedores, criando assim uma possível fonte de renda a partir da venda” Enfatiza o professor.

Para o professor o Gerenciamento do lixo eletrônico e uma solução tecnológica e social para um problema ambiental destes produtos. Outro ponto importante é o estudo da legislação brasileira em que se pode estabelecer a responsabilidade ambiental e a sugestão de uma responsabilidade pós-consumo, principalmente a que trata da destinação final dos produtos eletro-eletrônicos, para os quais ainda não existe legislação vigente “específica, para evitar, num futuro próximo, o esgotamento do meio ambiente” ressalta.
O importante projeto tem sido elogiado por outras universidades.  O professor tem recebido convite para apresentá-lo em outras cidades do Brasil.  O projeto já foi apresentado com sucesso nas Universidade de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “Tenho orgulho de levar o nome de Guarapuava, cidade que me acolheu com tanto carinho” Afirma Dejair.
Saiba mais sobre o projeto
“O volume de lixo eletrônico descartado no Brasil e no mundo cresce exponencialmente a cada ano. Este crescimento deve-se ao ritmo acelerado do desenvolvimento tecnológico em conjunto com o aumento do poder de compra da população, que busca cada vez mais comodidade e conforto.

O Brasil possui cerca de 160 milhões de celulares [Anatel 2009] e 60 milhões de computadores em uso. Em 2014 a previsão é atingir a marca de 140 milhões, um computador para cada dois ou três pessoas [Meirelles 2011]. “Segundo dados da ONU o Brasil é o maior produtor per capita de resíduos eletrônicos (0.5 kg/Caetano) entre os países emergentes [Schluep 2009]”.  O descarte incorreto deste tipo de lixo provoca graves danos ao meio ambiente e aos seres humanos pois a maioria dos produtos eletrônicos contém substâncias tóxicas como polímeros anti-chamas (BRT), PVC, e metais pesados como mercúrio, chumbo e cádmio. O mercúrio, por exemplo, pode causar distúrbios renais e neurológicos (irritabilidade, timidez, problemas de memória), mutações genéticas, alterações no metabolismo e deficiências nos órgãos sensoriais (tremores, distorções da visão e da audição). O chumbo, por sua vez, atinge o sistema nervoso, a medula óssea e os rins, gerando lesão renal e cerebral e fraqueza muscular. Pode causar anemia por inibição da síntese da hemoglobina e atinge o nervo ótico e auditivo. E o cádmio é um agente cancerígeno, causador de danos ao sistema nervoso. “Acumula-se, principalmente, nos rins, fígado e ossos e provoca dores reumáticas e mialgias, distúrbios metabólicos que levam a osteoporose, disfunção renal e câncer [Lixo Eletrônico 2009]”.

No Brasil a Lei nº 123052 de 02 de agosto de 2010, que institui a Política nacional de Resíduos Sólidos define no artigo 33 que:
“São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores comerciantes de: (…) VI – produtos eletroeletrônicos e seus componentes.” entretanto, ainda não há fiscalização suficiente para que a lei seja cumprida. Além disto, nem todas as empresas têm estrutura para reciclar seus produtos descartados pelo consumidor. Ocorre então que várias iniciativas não-governamentais surjam para tratar da questão do lixo eletrônico. Alguns exemplos de projetos são: ONG E-lixo - criada em março de 2008, em Londrina-PR, com o objetivo de dar uma destinação correta para o lixo eletrônico; ONG Ceará em foco3 com sede em Fortaleza trabalhando para o beneficiamento do lixo eletrônico; Projeto de Lixo Eletrônico e de Meta reciclagem da Escola Futura da USP de São Paulo; CDI4 - Comitê para democratização da Informática.

Nenhum comentário:

Postar um comentário