PF revela esquema de desvio de recursos do Ecofeira, programa desenvolvido até 2012

 

A Polícia Federal de Guarapuava, desde 2011, monitora o programa Compra Direta, mantido com recursos federais da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e que prevê a aquisição de alimentos da agricultura familiar para que sejam distribuídos a entidades assistenciais, através de parceria entre associações de produtores e as prefeituras. Em Guarapuava, os recursos eram destinados ao Ecofeira, nome dado ao programa pela gestão anterior, que está sob investigação da Polícia Federal, através da operação Agro-Fantasma. Segundo a PF, o Ecofeira era utilizado com finalidade política e havia desvio de recursos públicos. A Conab suspendeu o Compra Direta no município em dezembro do ano passado.

Segundo o atual secretário municipal de Agricultura, Itacir Vezzaro, o prefeito Cesar Silvestri Filho, conforme compromisso de campanha, pediu que o programa Compra Direta seja mantido, incentivando a agricultura familiar, fortalecendo a produção e beneficiando as pessoas em insegurança alimentar. As secretarias de Agricultura, de Assistência Social e Meio Ambiente, em parceria com a nova diretoria da Carmug (Central de Associações Rurais do Município de Guarapuava), estão reformulando o programa para atender as exigências da Conab. “Vamos colocar em prática a finalidade do Compra Direta aplicando os recursos em favor dos pequenos agricultores e consumidores que realmente precisam, como não pode ser diferente. Os produtores aguardam a retomada do programa”, afirma.

Vezzaro esclareceu que o convênio da Compra Direta é firmado com as associações de produtores, como a Carmug. As prefeituras entram como parceiras. “Os recursos também não devem ser repassados aos agricultores diretamente. Conforme a Conab, os repasses são feitos através de instituições financeiras, como Sicredi e Cresol”.