Desde o final do ano passado, a parceria entre a Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro) e a Receita Federal tem gerado produtos ecologicamente corretos. Primeiro, foi o etanol produzido a partir da reciclagem de bebidas alcoólicas apreendidas e doadas pela Receita. Agora, é um carregamento de 12 toneladas de azeitonas que vai ser transformado em biodiesel e produtos de limpeza.
Nesta terça-feira (14), pesquisadores do campus Cedeteg da Unicentro iniciaram o processamento das azeitonas doadas pela Delegacia da Receita Federal de Florianópolis (SC). Segundo o presidente da Comissão de Destruição, da Inspetoria da Receita Federal de Florianópolis, Wilson de Souza, o destino dessas 12 toneladas, impróprias para consumo humano, seria o descarte em algum local autorizado. Mas, a Universidade apresentou uma alternativa ecologicamente correta.
“A gente entrou em contato com a Unicentro. Após uma semana de estudos, os pesquisadores da Universidade viram que era viável aproveitar essas azeitonas como combustível. Feito isso, agendamos e trouxemos o material para cá”, contou Wilson de Souza.
O doutor em Química e coordenador do projeto, Paulo Rogério Pinto Rodrigues, explicou que, após o processamento, será extraído um óleo das azeitonas. Esse líquido ainda vai passar por um tratamento em laboratório, até chegar ao produto final, que é o biodiesel. As 12 toneladas serão transformadas em 1,8 mil litros de óleo, sendo que 60% disso vai se tornar combustível. A etapa final é a análise e adequação às normas da Agência Nacional do Petróleo (ANP), para se tornar um produto qualificado e apto a ser usado em motores de veículos. O que sobrar pode virar material de limpeza, com uso pela própria Unicentro.
Além do aproveitamento ecológico, os alunos da universidade também participam de maneira positiva. “O principal ganho para o aluno é o conhecimento técnico, já que ele participa do processo, e o social. Ele vai aprender que não se deve desperdiçar, quando ele poderia ter reaproveitado parte em energia e parte em alimentação animal”, afirma Rodrigues.
O professor do curso de Administração da instituição e articulador do contato com o órgão catarinense, Gilmar Bueno, destacou que a Unicentro é a única instituição do Sul do Brasil que realiza esse tipo de aproveitamento.
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